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Mostrando postagens de janeiro, 2006

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Quanto mais certeza você quiser, menos certezas você terá. Descartes e a sua dúvida hiperbólica que o digam. Se eu aceito a pergunta cética, ao ceticismo sou levado. Posso honestamente não aceitá-la?

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Você acorda pela manhã em uma amnésia profunda, não se lembra de nada, nem mesmo o seu nome. O desespero toma conta por você não saber quem é. Mas o fato é que agora você tem a chance de ser quem realmente é. Sem o peso do passado, as escolhas do presente ficam levíssimas. Você pode se escolher sem medos ou traumas.

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Escolher não é difícil em virtude de todas as conseqüências que se terá de arcar. Isso é fácil, pois geralmente temos como medir o peso das conseqüências e se seremos capazes de suportá-lo. Escolher é difícil por causa do peso inestimável de todos os seus EUs possíveis que você deixa definitiva e irremediavelmente para trás quando opta por apenas um deles. A escolha envolve sempre uma negação múltipla de si. Os nostálgicos sofrem mais para escolher.

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Se assumo como dado aquilo que aparece diretamente à consciência, então proposições podem ser dadas. Algumas crenças são formadas sem um processo de reflexão ou inferência consciente, são automáticas, são formadas por mecanismos sub-pessoais. Pode-se dizer que a experiência traz à consciência uma determinada crença. Algumas memórias também são dadas. Elas simplesmente aparecem, embora outras possam ser evocadas por um processo que demanda concentração e atenção. Mas, ainda assim não seriam dadas, no momento em que surgem? Mas o essencial do dado não é ele simplesmente ser dado, mas ser dado com uma determinada força, é ele aparecer ao sujeito impondo o seu conteúdo. O sujeito não se sente confortável em questioná-lo. Isso elimina boa parte das memórias e a maiora das crenças. E uma experiência é sempre mais dada que qualquer crença.

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Teoria internalista mínima da justificação: a crença p está justificada para S pelo estado mental de conteúdo q somente se S tem acesso consciente ao conteúdo q e q torna p provável. Teoria internalista doxástica mínima da justificação: a crença p está justificada para S pela crença q somente se S q é uma crença ocorrente e q torna p provável. Teoria internalista procedural mínima da justificação: a crença p está justificada para S pelo estado mental de conteúdo q somente se S tem acesso consciente ao conteúdo q, S obteve p baseando-se em q e q torna p provável. Teoria internalista procedural robusta da justificação: a crença p está justificada para S pelo estado mental de conteúdo q somente se S tem acesso consciente ao conteúdo q , S obteve p baseando-se em q , q torna p provável e S teve acesso consciente ao procedimento por meio do qual obteve a crença p ao se basear em q .